As exportações do agronegócio brasileiro alcançaram US$ 13,38 bilhões em outubro de 2023, valor 2,3% menor que as vendas externas no mesmo mês do ano passado. O recuo foi influenciado pela diminuição dos preços internacionais das commodities agrícolas, já que o volume exportado cresceu na esteira da safra recorde de grãos da temporada 2022/23.
A diminuição do índice de preços apurado na cesta de exportação brasileira do agronegócio foi de 9,1%, segundo o Ministério da Agricultura.
“Os preços dos alimentos caíram 7,7% na comparação entre outubro de 2023 e outubro de 2022. Em outubro de 2023 houve queda de 1,7% no preço dos alimentos em relação ao mês imediatamente anterior. Já a análise do índice de preço dos alimentos da FAO demonstra uma queda de 10,9% nos últimos doze meses”, explica nota da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais da Pasta.
A quantidade exportada em outubro cresceu 7,5% na comparação com o mesmo mês de 2022. No acumulado do ano, o embarque de grãos já superou em mais de 30 milhões de toneladas o volume dos dez primeiros meses do ano passado.
“Em termos relativos, mais de 50% de toda a safra de grãos 2022/2023 foi exportada ao longo dos dez primeiros meses deste ano”, diz o ministério. As vendas atingiram, até o momento, 164,08 milhões de toneladas. Em outubro de 2023, a soma das exportações de milho e soja em grãos foi de praticamente 14 milhões de toneladas.
O complexo soja lidera as exportações, com quase 30% de participação no total, e é seguido por cereais, farinhas e preparações, carnes, complexo sucroalcooleiro e produtos florestais. Mesmo assim, segundo o ministério, houve uma “desconcentração da pauta exportadora no período”.
Apesar da sazonalidade da cultura, as vendas do complexo soja cresceram 24% e chegaram a US$ 2,89 bilhões. O volume embarcado foi recorde para os meses de outubro, com 5,53 milhões de toneladas, 45,7% a mais em relação ao mesmo mês de 2022. Esse movimento justificou a expansão do faturamento, uma vez que os preços caíram 14,9%.
A China comprou cerca de 90% desse volume, cerca de 4,8 milhões de toneladas. Na lista de importadores, apenas mais dois países adquiriram mais de 100 mil toneladas. A Tailândia, com 147,1 mil toneladas, mesmo assim uma quantidade 31,7% menor que no mesmo mês de 2022, e a Argentina, que negociou 105,3 mil toneladas da oleaginosa brasileira. Em outubro de 2022, não houve aquisição dos vizinhos.
Os embarques de milho também foram recorde para o período, chegando a 8,44 milhões de toneladas, volume 24,5% superior na comparação com os 6,78 milhões exportados em outubro do ano anterior. O valor exportado permaneceu estável ao registrado em 2022, com US$ 1,89 bilhão, por conta da queda de quase 20% nos preços do cereal. A China comprou 40,9% de todo o volume embarcado.
Já o setor de carnes teve queda de 17% no faturamento das exportações de outubro, para US$ 1,89 bilhão, influenciado pela redução dos preços das proteínas animais. O volume embarcado se manteve estável.
A principal redução foi na carne bovina (-21%), para US$ 941,1 milhões. A China segue como principal compradora, mas diminuiu a participação de 71,5% para 64% em outubro de 2023. A carne suína também teve queda, de 15,3%, para US$ 198,7 milhões. Já a carne de frango teve aumento de 3% no valor exportado.
O açúcar foi um dos poucos produtos que apresentou elevação dos preços médios em outubro, com alta de 26,9% em função de estimativas não favoráveis para a safra asiática de açúcar, principalmente em função do déficit hídrico na Índia. Com isso, as exportações brasileiras do complexo sucroalcooleiro cresceram 5,7%, para US$ 1,64 bilhão, mesmo com redução de 9% na quantidade embarcada, de 2,8 milhões de toneladas.
Entre janeiro e outubro de 2023, as vendas externas do agronegócio brasileiro somaram US$ 139,58 bilhões, um crescimento de 3% na comparação com o mesmo período em 2022 (US$ 135,5 bilhões). “O aumento das vendas externas do setor se deu, principalmente em função da quantidade embarcada, cujo índice aumentou em 9,7%, compensando a queda de 6,1% no índice de preços”, diz o Ministério da Agricultura.
Com isso, o agronegócio voltou a aumentar a participação nas exportações totais do Brasil, com 49,4% de share. As importações do setor foram de US$ 13,86 bilhões, 3,2% abaixo do que havia sido registrado no ano prévio (US$ 14,32 bilhões).