Os fundos de investimento podem ser adições estratégicas para sua carteira, tanto pela praticidade que oferecem quanto pelo potencial de retornos — expondo-se a diferentes áreas da economia. Contudo, há conceitos relevantes que o investidor precisa conhecer sobre eles, como a linha d’água.
Ela se relaciona com a cobrança da taxa de performance do fundo, comum em diversos veículos de gestão ativa. A linha d’água é uma importante referência para o funcionamento do fundo e as operações da sua gestão.
Quer saber mais sobre esse assunto? Neste conteúdo, você entenderá o que é a linha d’água e como identificar a performance de um fundo!
O que é a taxa de performance em fundos de investimento?
Antes de entender o que é a linha d’água, é importante saber o significado da taxa de performance. Ela é uma das principais cobranças que os investidores de fundos de investimento podem lidar.
Para ilustrar, vale a pena saber que os fundos são veículos coletivos do mercado financeiro. Os investidores adquirem participação por meio da compra de cotas, expondo-se aos resultados que a gestão pode atingir.
O gestor do fundo administra o patrimônio e faz as movimentações no portfólio seguindo uma estratégia predeterminada. Se o fundo for de gestão ativa, o objetivo das operações será obter resultados superiores ao do seu benchmark — o índice de referência.
Por exemplo, um fundo de ações (FIA) pode ter o Índice Bovespa (Ibovespa ou IBOV) — principal índice de ações da bolsa de valores brasileira, a B3 — como sua referência. Nesse caso, a meta será conseguir bater o IBOV e ter resultados acima da média do mercado.
Também é bastante comum que fundos tenham como benchmark índices de renda fixa, como o CDI (Certificado de Depósito Interbancário) e o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), entre outros indicadores.
Em todos os casos, a taxa de performance funciona como uma bonificação dada à equipe de gestão do fundo quando seus resultados superam o benchmark. Ela pode acontecer em veículos, como:
- fundos de ações;
- fundos imobiliários;
- fundos multimercados;
- fundos cambiais.
Vale reforçar que a cobrança costuma aparecer apenas em fundos de gestão ativa. Isso porque, em fundos passivos, o objetivo da gestão é apenas acompanhar o desempenho do benchmark. Além disso, a existência da taxa e o seu percentual devem estar previstos na lâmina do fundo
Por fim, é importante não confundir a taxa de performance com a de administração. Essa última é usada para cobrir os custos operacionais do fundo e remunerar a equipe, sendo cobrada independentemente do desempenho do veículo.
Como funciona a taxa de performance?
Como você viu, a cobrança da taxa de performance existe em certos fundos de gestão ativa para bonificar a gestão pelos resultados. Os próprios veículos podem especificar em sua estratégia o percentual dela e quando a coleta acontecerá — com intervalos de, pelo menos, seis meses.
Para entender melhor, considere o exemplo de um fundo multimercado que tem o CDI como seu benchmark. Imagine que, ao longo do primeiro semestre do ano, o CDI acumulou uma alta de 9%, enquanto o fundo rendeu 12%.
Logo, o fundo superou em 3% o desempenho do CDI. Para continuar o exemplo, suponha que, de acordo com as regras desse investimento, a taxa de performance é de 10% sobre o que exceder o benchmark.
Então os 10% sobre os 3% que bateram o CDI nesse exemplo resultam em uma taxa de performance de 0,3% aos cotistas para bonificar a gestão. O recolhimento é automático.
O que é a linha d’água?
Agora que você já sabe mais detalhes sobre a taxa de performance e como ela funciona, é hora de entender o que é a linha d’água. Ela é um importante mecanismo que baliza a cobrança dessa taxa nos casos em que o fundo apresenta um desempenho negativo, por exemplo.
Nesse contexto, a linha d’água representa a referência adicional que o gestor do fundo precisa superar para poder cobrar a taxa de performance. Se o desempenho for negativo em certo período, a gestão só poderá recolher a taxa novamente depois que o veículo superar essa linha e alcançar novos ganhos.
Para entender melhor, é possível voltar ao exemplo do fundo de ações que tem o Ibovespa como benchmark. Considere que em determinado ciclo de seis meses, o fundo não conseguiu acompanhar o CDI e gerou perdas para os cotistas.
Por exemplo, a linha d’água de um fundo era de R$ 100 por cota, e o preço delas caiu para R$ 90. Nesse caso, para conseguir cobrar novamente a taxa de performance, a gestão precisará recuperar esses resultados negativos.
Além disso, a linha d’água funciona como referência para as futuras cobranças — ou seja, uma vez que ela é recolhida, o preço da cota-base muda. Portanto, se cota atingir R$ 104 e houver cobrança da taxa de performance, esse será o novo número de referência.
Diversos fundos apresentam as regras de cota-base em suas regras de funcionamento. Quando não há essa delimitação, a referência para a cobrança da taxa de performance é apenas o benchmark, sem o mecanismo de recuperação de perdas.
Vale a pena investir em fundos que cobram taxa de performance?
Saber se um fundo cobra taxa de performance é essencial durante seu processo de tomada de decisão. Afinal, a existência dela pode impactar sua rentabilidade líquida, já que ela será cobrada sobre os lucros que superam o benchmark.
Entretanto, a taxa de performance pode funcionar como um incentivo para a equipe de gestão alcançar melhores resultados. Por sua vez, a linha d’água é um estímulo à consistência no desempenho positivo.
O motivo é que ela demanda resultados favoráveis constantes para a gestão poder fazer a cobrança da taxa de performance.
No mais, antes de tomar sua decisão, vale a pena fazer uma análise aprofundada do funcionamento do fundo. Veja qual a sua estratégia de operação, os mercados que ele opera, quais são as empresas responsáveis e como são suas taxas.
Se o fundo já estiver em funcionamento, pode ser interessante avaliar os resultados passados. Apesar de ganhos anteriores não serem uma garantia de desempenho futuro, eles são uma referência para você projetar possíveis ganhos e analisar se vale a pena investir.
Completando esta leitura, você entendeu mais sobre a linha d’água e viu como ela se relaciona com a performance de um fundo de investimentos. Sabendo desses detalhes, agora é possível fazer avaliações mais completas de fundos para compor sua carteira.
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