Muitos investidores frequentemente buscam novas formas de otimizar os ganhos do seu portfólio e atenuar os riscos no mercado. Uma das maneiras mais eficientes de atingir esse objetivo se dá com a utilização de indicadores financeiros para refinar suas escolhas.
Entre eles, é possível destacar o Índice de Modigliani. A sua proposta é simplificar a avaliação comparativa do rendimento de investimentos, considerando a equivalência de risco. Dessa maneira, você consegue identificar as alternativas com as melhores performances.
Ficou interessado em conhecer o Índice de Modigliani mais profundamente? Prossiga com a leitura e veja como ele pode ser usado para comparar fundos de investimento!
O que é o Índice de Modigliani?
O Índice de Modigliani, também chamado de M2 ou RAP (risk-adjusted performance), é um indicador de desempenho de um portfólio de investimentos. Ele foi criado pelo vencedor do prêmio Nobel, Franco Modigliani, e sua neta Leah Modigliani, em 1997.
A sua origem deriva do Índice de Sharpe, que considera o retorno excedente de um investimento em relação ao de um ativo livre de risco. Adicionalmente, o M2 ajusta o retorno do portfólio para o mesmo nível de risco de um índice de referência.
Imagine, por exemplo, que você queira calcular o M2 de uma carteira de ações. Nesse caso, é pertinente utilizar um benchmark do mercado acionário — como o Ibovespa (Índice Bovespa), composto pelas empresas de maior representatividade da B3 (a bolsa de valores brasileira).
A sistemática permite entender o valor adicional gerado pela carteira, levando em conta o risco do mercado em que ela está inserida. Assim, o Índice de Modigliani traz uma comparação mais precisa entre o desempenho de um portfólio de investimentos e o benchmark.
Qual é a importância desse índice para quem investe?
Após conhecer o conceito por trás do Índice de Modigliani, vale entender a sua importância para quem investe. O M2 possui uma relevância significativa para diferentes participantes do mercado financeiro, diante das suas múltiplas vantagens.
Como você viu, ele revela o desempenho dos investimentos de acordo com o risco envolvido, o que permite uma comparação justa entre diferentes alternativas. Assim, você tem a possibilidade de investir naquele que faz mais sentido, considerando seus objetivos, perfil e necessidades.
Além disso, existe a possibilidade de o Índice de Modigliani ser usado para monitorar continuamente a performance da sua carteira. Ele consegue mostrar quais ativos no portfólio estão contribuindo de maneira positiva para o seu desempenho — e quais não estão.
Logo, o M2 proporciona uma visão mais clara sobre a eficiência de um portfólio. O indicador ajuda o investidor a tomar decisões mais fundamentadas, seja na alocação ou no remanejamento dos seus recursos no mercado.
Como o Índice de Modigliani é calculado?
Agora que você sabe que o uso do Índice de Modigliani pode trazer uma série de vantagens para o investidor, é pertinente compreender como se dá o seu cálculo. A principal proposta do M2 é ajustar o risco do portfólio ao de um benchmark, e isso é feito por meio das seguintes fórmulas:
Índice de Modigliani = Índice de Sharpe x σM + RF
ou
M2 = [(Rp – RF)/σp] σM + RF
Entenda os elementos do cálculo:
- Rp: retorno do portfólio;
- RF: retorno de um ativo livre de risco;
- σp: desvio padrão do retorno do portfólio no período;
- σM: desvio padrão do retorno do mercado no período;
Como você viu, a fórmula do M2 inicia com o cálculo do Índice de Sharpe ([(Rp – RF)/σp]). O seu resultado é multiplicado pelo desvio padrão do retorno de mercado (benchmark) e, depois, somado ao retorno do ativo livre de risco.
Quando o resultado do Índice de Modigliani é elevado, ele indica que a gestão da carteira é eficiente. Em termos práticos, um alto índice de M2 sugere que o portfólio consegue ajustar adequadamente o risco assumido, superando o desempenho do índice de referência.
Por sua vez, um M2 baixo pode demonstrar que a gestão do portfólio é deficiente, refletindo uma inadequação na relação entre risco e retorno. Ou seja, o portfólio está com uma performance abaixo da obtida pelo índice de referência, considerando o seu risco.
Esse tipo de análise é fundamental para orientar as suas decisões, seja para revisar as suas estratégias, identificar pontos de melhoria ou aumentar o nível de diversificação, entre outras. A meta é assegurar o melhor retorno possível comparado ao nível de risco enfrentado.
Como o M2 pode ajudar na seleção de fundos de investimentos?
Ao chegar até aqui, você aprendeu que o Índice de Modigliani costuma ser usado para avaliar o desempenho de uma carteira de investimentos. Nesse sentido, ele também pode servir para analisar e comparar os resultados de fundos de investimentos.
Veja como isso funciona!
Exemplo
Suponha que você tenha dúvidas entre 3 fundos de investimentos (A, B e C) ligados ao agronegócio, e queira avaliar os seus resultados com base no M2. Considere que o retorno de um ativo livre de risco no período seja de 6% e o desvio padrão do retorno de mercado (benchmark) esteja em 1,05.
Agora, imagine que o Índice de Sharpe de cada veículo já tenha sido calculado, sendo 1,4 para o fundo A, 1,2 para o B e 1,08 para o fundo C. Aplicando a fórmula que você aprendeu, veja como ficaria:
Fundo A | Fundo B | Fundo C |
M2 = 1,4 x 1,05 + 6% | M2 = 1,2 x 1,05 + 6% | M2 = 1,08 x 1,05 + 6% |
M2 = 1,47 + 6% | M2 = 1,26 + 6% | M2 = 1,13 + 6% |
M2 = 7,47% | M2 = 7,26% | M2 = 7,13 % |
Nesse cenário, o fundo que teve o melhor desempenho foi o A. Saber disso pode ser determinante para a tomada de decisão. No entanto, é preciso ter em mente que a performance passada desses veículos pode não se repetir no futuro, sendo necessário o acompanhamento contínuo e uso de outras métricas para avaliação.
Como você aprendeu, o Índice de Modigliani é uma ferramenta poderosa para quem busca potencializar os seus retornos, ao revelar os investimentos com melhor desempenho. Então não deixe de usá-lo quando tiver dúvidas entre duas ou mais alternativas no mercado.
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