Economia criativa e sustentabilidade são dois conceitos que ganharam muito destaque na sociedade ao longo dos últimos anos — e no mercado financeiro. Mas você sabia que os fundos de investimento em direitos creditórios (FIDCs) podem ter um papel nessa área?
Esses instrumentos do mercado financeiro se apresentam como uma alternativa estratégica para levantamento de recursos por empresas. Portanto, vale a pena compreender como eles também se relacionam com a economia circular e a sustentabilidade.
Neste conteúdo, você entenderá melhor esses conceitos e verá o papel dos FIDCs nesses aspectos do mercado e da economia. Acompanhe!
O que é economia circular?
A economia circular representa um modelo econômico focado no reaproveitamento de recursos. Desse modo, em vez de descartar materiais, eles são reutilizados constantemente — originando o nome circular.
O modelo se opõe ao de economia linear, que foi vigente por muito tempo. Nesse caso, há um processo de extrair, produzir e descartar. Assim, materiais que ainda poderiam ter aplicações não eram mais aproveitados.
A economia circular tem o objetivo de minimizar desperdícios e, consequentemente, o impacto ambiental da atuação de empresas. Inclusive, ela pode ser positiva para a redução de custos operacionais, já que o reaproveitamento reduz a necessidade de aquisição de matéria-prima.
Vale a pena destacar que a economia circular já é uma prática presente na rotina de diversas indústrias. Para se ter dimensão, um levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) de 2024 mostrou que 85% das indústrias brasileiras adotavam boas práticas circulares.
Entre as principais ações, destacam-se a criação de programas focados em sustentabilidade e a revisão de processos em busca de mais eficiência. Além disso, muitas indústrias pensaram na criação de produtos que têm potencial de recuperação.
Globalmente, uma pesquisa da Statista apontou que o mercado de economia circular movimentou quase 340 bilhões de dólares em 2022. Estimativas da empresa indicam que essa cifra pode dobrar até 2026.
Qual a relação entre economia circular e sustentabilidade?
Como você viu, a economia circular tem uma relação direta com a sustentabilidade. Afinal, especialmente no contexto de empresas e indústrias, o reaproveitamento de recursos é uma das principais ferramentas para ganhar eficiência e minimizar impactos no meio ambiente.
Para entender melhor, considere a prática de upcycling. Ela consiste na transformação de resíduos ou materiais que seriam descartados em outros tipos de produtos, como roupas, móveis, itens de decoração etc.
Dessa forma, em vez de os itens serem jogados na natureza e, potencialmente, poluírem o meio ambiente, eles continuam sendo utilizados. Ou seja, há menos exploração de recursos naturais — que, muitas vezes, são finitos.
Por que o tema é relevante?
Para entender a relevância desse tema, você deve compreender o conceito da sigla ESG. As três letras representam os pilares de environmental, social, and governance — ou meio ambiente, responsabilidade social e governança corporativa, em português.
Os pilares ESG ganharam destaque no mercado financeiro e pautam a atuação de diversas empresas. No campo ambiental, estão as ações de redução aos impactos no meio ambiente, como diminuir emissões de gases, gerir resíduos etc.
Já a área de responsabilidade social, como o nome sugere, foca no aspecto social — ou como a empresa se relaciona com a comunidade e seus colaboradores. Por último, o pilar de governança é centrado nas boas práticas corporativas, como transparência e ética.
Diversos investidores consideram esses pilares ao analisar uma empresa. O motivo é que companhias que adotam as boas práticas ESG são geralmente vistas como mais responsáveis e alinhadas com as tendências de mercado.
Mais um ponto é que empresas que seguem critérios ESG tendem a lidar com menos riscos operacionais, como crises causadas por fatores ambientais ou sociais. Logo, essas companhias e indústrias podem ganhar uma vantagem competitiva.
Em soma a esses fatores, economia circular e sustentabilidade são pautas relevantes devido à preocupação com o futuro do planeta. Com mudanças climáticas cada vez mais palpáveis, as empresas que focam nesse ponto mostram sua atenção com o meio ambiente e o bem-estar social.
O que são FIDCs?
Os fundos de investimento em direitos creditórios são veículos financeiros que fazem parte do mercado de crédito privado. O portfólio deles é majoritariamente composto por direitos creditórios securitizados.
Para entender melhor, considere o exemplo de uma empresa que fez diversas vendas parceladas. Mesmo que a transação já tenha acontecido, ela não tem acesso ao capital de forma imediata, já que os clientes pagarão gradativamente.
Nesse sentido, ao fazer a cessão dos direitos creditórios, a companhia adianta a entrada desses recursos financeiros — com deságio. Então a securitizadora transforma os direitos em títulos que podem ser negociados no mercado e compor o portfólio de fundos de investimento.
Para empresas, essa operação é vantajosa para antecipar o recebimento de recursos. Ademais, como há apenas a cessão dos direitos creditórios, ela gera capital de giro sem criar uma dívida. Já os investidores podem diversificar seu portfólio e ampliar o potencial de retornos.
Por que FIDCs podem facilitar a promoção da economia circular?
Os FIDCs têm um papel estratégico para a economia circular e a sustentabilidade por facilitarem a adoção das boas práticas operacionais. Com a antecipação dos recursos, as empresas têm capital disponível para fazer investimentos estratégicos em novos projetos sustentáveis, por exemplo.
Imagine o caso de uma indústria que quer atualizar os seus equipamentos com máquinas mais eficientes. Nesse caso, ela pode ceder os direitos creditórios para ter capital que viabilize o financiamento do novo maquinário.
Além disso, com o capital em mãos, as empresas e indústrias podem planejar novos produtos e soluções — uma possibilidade nesse sentido é utilizar as práticas upcycling. Desse modo, os FIDCs contribuem para o fortalecimento da cadeia circular.
Outro ponto estratégico é que a cessão dos direitos creditórios não configura uma dívida. Portanto, a empresa tem mais um canal para acessar capital e reduz uma eventual dependência de produtos financeiros como empréstimos.
Nesta leitura, você entendeu os conceitos de economia circular e sustentabilidade e viu por que eles são tão relevantes para a atuação de empresas. Nesse sentido, o uso de instrumentos como fundos de investimento em direitos creditórios pode ser estratégico para elas.
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